domingo, 26 de fevereiro de 2012

Grande Crise do Capitalismo Económico nos anos 30


Ao longo dos anos 20 a economia americana teve um elevado crescimento. A indústria e a agricultura tiveram grandes produções. Um milhão de americanos investia diariamente na bolsa de Nova Iorque, todavia as acções estavam 400% sobrevalorizadas. Este cenário dá-se devido à especulação. No dia 24 de Outubro de 1929 dá-se o crash na bolsa de valores, mais de treze milhões de acções são vendidas nesse dia abaixo do seu valor real. Tal atitude aconteceu devido à falta de compradores nesse dia e à tentativa da respectiva venda através da baixa do valor das acções.
O grande crash trouxe graves consequências a nível social, entre elas, o aumento drástico do desemprego, da miséria e do número de pessoas na fila da sopa dos pobres. Em apenas um ano dois milhões e meio de trabalhadores perdem o emprego, apenas nos Estados Unidos da América. As consequências sociais eram gravíssimas. As empresas estavam com grandes dificuldades financeiras e a maioria abriu falência, aumentando o número de desempregados.
Apesar de o problema ter começado nos Estados Unidos América rapidamente se espalhou a países bastante dependentes da economia americana, como o Chile.
O Chile dependia dos EUA, uma vez que os americanos eram o principal comprador das matérias-primas chilenas. Após o início da crise nos Estados Unidos da América, as empresas americanas reduziram ou pararam de comprar estas matérias-primas, essenciais para a sobrevivência da economia chilena. As minas chilenas começaram a dispensar empregados e muitas fecharam portas.
Após o fim da primeira guerra mundial toda a Europa ficou destruída e os Estados Unidos da América financiaram a recuperação dos países Europeus. A grande falência dos bancos americanos causou graves problemas financeiros na Europa, e diminuiu os empréstimos. Esta situação teve elevadas consequências na Grã-Bretanha, onde o desemprego aumentou para níveis elevadíssimos devido ao encerramento dos estaleiros navais, uma das maiores indústrias empregadoras na Grã-Bretanha. Também a Bélgica sofria as consequências da grave crise americana. Os mineiros belgas foram despedidos, uma vez que os minérios baixaram drasticamente de valor e as encomendas tiveram uma forte queda. Perante estes cenários de forte instabilidade política, a população dos grandes países europeus via-se desiludida com os sucessivos governos que aconselhavam a esperar que o mercado voltasse a regularizar. Os partidos de extrema-direita e o partido comunista começaram a ganhar apoiantes. Na Itália, onde a situação era de extrema gravidade, o partido fascista italiano alcançou o poder. Na Alemanha a situação tornou-se idêntica e no ano de 1933 Hitler toma o poder. Na Suécia os problemas foram resolvidos de forma mais democrática uma vez que o partido social-democrata subira ao poder e implementara um programa de reformas bem concebido, tendo em vista o crescimento da economia e o seu desenvolvimento.
Nos Estados Unidos a situação continuava difícil. Em Chicago a população arrancava a madeira para se aquecer pois não existia dinheiro para se comprar carvão e não existia subsídio de desemprego. No ano de 1932 já um quarto da população activa americana estava desempregada e as dificuldades eram imensas. Muitos procuraram emprego na agricultura, todavia os agricultores não tinham muitos postos de trabalho disponíveis e confrontavam-se com a abrupta descida dos preços dos produtos. Revoltados com estas descidas, muitos agricultores destruíam produtos alimentícios, como forma de protesto, travando a drástica descida dos preços.
No ano de 1933 é eleito o presidente Franklin Delano Roosevelt, imediatamente executa um detalhado plano de recuperação económica, o New Deal. Segundo este novo presidente o estado deveria intervir na economia de forma a resolver os problemas. A população americana acolheu bem estas medidas, uma vez que criavam emprego e crescimento económico. Entre as medidas criadas destacam-se a criação de novos organismos públicos criadores de emprego, a concessão de novos subsídios agrícolas, e a construção de novas infra-estruturas criadoras de emprego. O povo americano voltou a acreditar na recuperação económica e no crescimento económico. No Sul vários agricultores foram expulsos das terras pelos seus proprietários, uma vez que o estado financiava a destruição da cultura de algodão.
Na Europa também as esperanças foram renovadas. A Grã-Bretanha voltou a ter crescimento económico quando os estaleiros navais reabriram, devido ao rearmamento da Alemanha e ao perigo eminente de uma nova guerra.
No Chile as esperanças voltaram, juntamente com os empregos. As grandes potências europeias e os Estados Unidos voltaram a necessitar dos nitratos e do cobre para as suas indústrias e para a criação de armamento bélico.
Podemos concluir que a Crise foi ultrapassada devido ao New Deal, na América. Na Europa a crise foi ultrapassada pela implementação dos regimes de extrema-direita, ou pelo rearmamento dos países devido à ameaça de uma nova guerra.