Ao longo dos anos 20 a economia americana teve um
elevado crescimento. A indústria e a agricultura tiveram grandes produções. Um
milhão de americanos investia diariamente na bolsa de Nova Iorque, todavia as
acções estavam 400% sobrevalorizadas. Este cenário dá-se devido à especulação.
No dia 24 de Outubro de 1929 dá-se o crash na bolsa de valores, mais de treze
milhões de acções são vendidas nesse dia abaixo do seu valor real. Tal atitude
aconteceu devido à falta de compradores nesse dia e à tentativa da respectiva
venda através da baixa do valor das acções.
O grande crash trouxe graves
consequências a nível social, entre elas, o aumento drástico do desemprego, da
miséria e do número de pessoas na fila da sopa dos pobres. Em apenas um ano
dois milhões e meio de trabalhadores perdem o emprego, apenas nos Estados
Unidos da América. As consequências sociais eram gravíssimas. As empresas
estavam com grandes dificuldades financeiras e a maioria abriu falência,
aumentando o número de desempregados.
Apesar de o problema ter começado
nos Estados Unidos América rapidamente se espalhou a países bastante dependentes
da economia americana, como o Chile.
O Chile dependia dos EUA, uma vez
que os americanos eram o principal comprador das matérias-primas chilenas. Após
o início da crise nos Estados Unidos da América, as empresas americanas
reduziram ou pararam de comprar estas matérias-primas, essenciais para a
sobrevivência da economia chilena. As minas chilenas começaram a dispensar
empregados e muitas fecharam portas.
Após o fim da primeira guerra
mundial toda a Europa ficou destruída e os Estados Unidos da América financiaram
a recuperação dos países Europeus. A grande falência dos bancos americanos
causou graves problemas financeiros na Europa, e diminuiu os empréstimos. Esta
situação teve elevadas consequências na Grã-Bretanha, onde o desemprego
aumentou para níveis elevadíssimos devido ao encerramento dos estaleiros
navais, uma das maiores indústrias empregadoras na Grã-Bretanha. Também a
Bélgica sofria as consequências da grave crise americana. Os mineiros belgas
foram despedidos, uma vez que os minérios baixaram drasticamente de valor e as
encomendas tiveram uma forte queda. Perante estes cenários de forte
instabilidade política, a população dos grandes países europeus via-se
desiludida com os sucessivos governos que aconselhavam a esperar que o mercado
voltasse a regularizar. Os partidos de extrema-direita e o partido comunista
começaram a ganhar apoiantes. Na Itália, onde a situação era de extrema
gravidade, o partido fascista italiano alcançou o poder. Na Alemanha a situação
tornou-se idêntica e no ano de 1933 Hitler toma o poder. Na Suécia os problemas
foram resolvidos de forma mais democrática uma vez que o partido
social-democrata subira ao poder e implementara um programa de reformas bem
concebido, tendo em vista o crescimento da economia e o seu desenvolvimento.
Nos Estados Unidos a situação
continuava difícil. Em Chicago a população arrancava a madeira para se aquecer
pois não existia dinheiro para se comprar carvão e não existia subsídio de
desemprego. No ano de 1932 já um quarto da população activa americana estava
desempregada e as dificuldades eram imensas. Muitos procuraram emprego na
agricultura, todavia os agricultores não tinham muitos postos de trabalho
disponíveis e confrontavam-se com a abrupta descida dos preços dos produtos.
Revoltados com estas descidas, muitos agricultores destruíam produtos
alimentícios, como forma de protesto, travando a drástica descida dos preços.
No ano de 1933 é eleito o presidente
Franklin Delano Roosevelt, imediatamente executa um detalhado plano de
recuperação económica, o New Deal. Segundo este novo presidente o estado
deveria intervir na economia de forma a resolver os problemas. A população
americana acolheu bem estas medidas, uma vez que criavam emprego e crescimento
económico. Entre as medidas criadas destacam-se a criação de novos organismos
públicos criadores de emprego, a concessão de novos subsídios agrícolas, e a
construção de novas infra-estruturas criadoras de emprego. O povo americano
voltou a acreditar na recuperação económica e no crescimento económico. No Sul
vários agricultores foram expulsos das terras pelos seus proprietários, uma vez
que o estado financiava a destruição da cultura de algodão.
Na Europa também as esperanças foram
renovadas. A Grã-Bretanha voltou a ter crescimento económico quando os estaleiros
navais reabriram, devido ao rearmamento da Alemanha e ao perigo eminente de uma
nova guerra.
No Chile as esperanças voltaram,
juntamente com os empregos. As grandes potências europeias e os Estados Unidos
voltaram a necessitar dos nitratos e do cobre para as suas indústrias e para a
criação de armamento bélico.
Podemos
concluir que a Crise foi ultrapassada devido ao New Deal, na América. Na Europa
a crise foi ultrapassada pela implementação dos regimes de extrema-direita, ou
pelo rearmamento dos países devido à ameaça de uma nova guerra.