Desde o início das
primeiras comunidades que o Homem troca bens entre si no sentido de satisfazer
as suas necessidades. Relacionado com este comércio esteve sempre o conceito de
Moeda como elemento facilitador das trocas. O primeiro sistema comercial
assentava no conceito de Barter, ou
seja, os bens eram trocados por outros bens havendo assim troca direta. Este modelo,
além de manter um volume de comércio muito abaixo do nível ótimo, apresentava
também falhas relativas ao preço dos bens e à viabilidade das trocas numa
escala superior. As civilizações chinesas e gregas criaram, como sistema
substituto o Commodity Money que
passava a definir como elemento aceite por todos um material, normalmente o
ouro ou a prata. Apesar desta nova moeda corrigir algumas das limitações
anteriores , outras mantinham-se como a pouca praticabilidade no transporte e a
possibilidade de falsificação dos metais usados.
Com a queda do Império
Romano caiu também o primeira moeda genericamente aceite na maioria das trocas
comerciais. Tal sistema só voltou a ser introduzido com o Império Carolíngio
que centralizou a cunhagem da moeda aumentando a sua aceitação ao mesmo tempo que
criava os primeiros sistemas de desvalorização. Apesar de inovador, este
sistema acabaria por desaparecer com a desintegração do Império. No entanto,
surgia por esta altura nas regiões do norte de Itália as primeiras Bill of Exchange que mais não eram que uma
nota de crédito garantida por um Moneychanger
ou Bank. Também por esta época
surgiam as primeiras formas de Fiduciary
Money sem qualquer valor real estes papéis representavam valores
depositados ou em dívida e poderiam ser imitidos por qualquer banco privado. Esta
nova realidade monetária assentava numa estrutura de confiança por parte do
público em geral e de prudência por parte do banco que deveria manter um nível
mínimo de dinheiro depositado (fractional
reserve banking). Com o surgimento dos bancos e das casas de câmbio os
empréstimos e as taxas de juro surgiram e prosperaram na Europa. Se no início
os juros estavam associados à usura e como tal eram censurados pela Igreja, o
evoluir da realidade económica levou a que estes fossem sendo regulados e
consequentemente o seus valor diminuiu substancialmente.
Vemos portanto que o
comércio e a moeda apresentam uma correlação intensa sendo a moeda facilitadora
de um aumento do comércio tanto em quantidade como em escala. Daí que os
Estados tenham, a partir da segunda metade do século XIX apostado na regulação
e consolidação da moeda e da atividade bancária
(até então sucessivamente afetada por falências. A criação dos Bancos
Centrais foi uma solução de muitos dos estados no final do século XIX que a
partir de então não mais seriam bancos comerciais, mas antes os únicos bancos emissores
de notas e moedas e responsáveis pela regulação dos restantes bancos. Este
modelo, aliado ao abandono do gold
standard garantiu uma confiança generalizada nos bancos que consolidou
definitivamente o fiduciary money.
A evolução da moeda e o
crescimento da economia levaram a uma maior diversificação tanto das
possibilidades de crédito como dos tipos de bancos. Desde
o início que os Bancos britânicos optaram por investir e emprestar a empresas e
negócios de vários países diversificando o risco e a vulnerabilidade a uma só
economia. Por outro lado os bancos franceses e alemães investiam de forma
intensiva nas empresas e empreendimentos dos seus próprios países. Entre o
século XIX e o início do século XX aliado aos bancos surgiu também o Stock Market como uma alternativa de
financiamento da atividade económica. Apesar de até à segunda metade do século
XX as bolsas serem apenas para os grandes bancos de investimento e para as
corretoras, devido aos seus elevados que apenas beneficiavam aqueles que
funcionavam em economias de escala.
Podemos assim concluir
que evolução monetária permitiu uma diminuição dos custos e dos riscos que
privilegiou o comércio e como tal o crescimento da economia. Simultaneamente
temos o crescimento da atividade bancária e de crédito que permitiu o
desenvolvimento de projetos com necessidades de capital mais exigentes. Estes
projetos puderam ainda dispensar parte do seu capital pelos Stock Markets de modo a minimizar os
custos beneficiando de juros mais reduzidos.