quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Políticas Económicas Pombalinas



Ao longo do reinado de D. José I, o seu ministro de confiança (sebastião José de Carvalho e Melo) pois em prática um conjunto imenso de reformas, tanto a nível económico, como social e até político. As medidas aqui abordadas são apenas aquelas a nível económico e social.
A nível económico, Sebastião de Carvalho e Melo tinha como objectivo restabelecer ao domínio nacional as riquezas das possessões ultramarinas que aportavam a Lisboa. Sebastião de Carvalho e Melo quis por em prática as medidas praticadas noutras partes da Europa como a Grã-Bretanha e a França.
Sebastião José desproviu a alta nobreza de cargos e de poder político, expulsou os jesuítas de Portugal de forma a progredir a nível do ensino e ainda impediu os taberneiros e pequenos produtores de vinho de poderem produzir vinho de pouca qualidade, de forma a criar grandes monopólios vinícolas mantendo assim a qualidade do vinho do Porto. Após estas duras medidas, Sebastião de Carvalho e Melo, assistiu a uma onda de revoltas, motins e até teve de enfrentar uma tentativa de regicídio.

As empresas e as manufaturas foram estimuladas, através de isenções de impostos e até de incentivos fiscais. O Estado fortaleceu a cobrança de impostos, melhorou a eficácia estadual e melhorou o seu exército reforçando a sua posição militar. Sebastião José passou a ser responsável pelas colonias do Brasil. Uma das primeiras companhias a ser criada foi a de Grão-Pará e Maranhão, sendo desde logo controlada pelo gabinete de Sebastião de José de Carvalho e Melo. Mais tarde criou-se a Companhia de Pernambuco responsável apenas pela comercialização pelo grosso. Esta companhia tinha como objectivo estimular a importação de mão-de-obra africana, tendo ainda regulado os preços dos produtos. Criou a Companhia das Reais Pescarias do Reino do Algarve, sendo esta responsável pelo controlo das capturas de atum, corvina e sardinha pelos pescadores do Sul.

No norte e nordeste do Brasil as companhias comerciais tiveram importantes significados nas suas respetivas áreas de influência. Na zona do Pará e do Maranhão os investimentos da coroa e de alguns privados pretenderam aumentar a importação de mão-de-obra de escravos africanos. Através destas companhias a produção de cacau, açúcar e de outros produtos americanos. O arroz foi um novo produto introduzido na zona do Maranhão. Toda a política Pombalina defendeu, tal como o 3º Duque da Ericeira, o investimento nas manufaturas, uma vez que estas permitiam, não só o aumento das exportações, como ainda, a diminuição das importações. Todas as medidas pombalinas, ligadas ao comércio, permitiram a criação de 124 embarcações de grande porte (naus), exclusivamente para o comércio, todo em apenas 10 anos. Estas embarcações permitiram ligar as colonias portuguesas de África, às colonias do Brasil e ainda ligavam a metrópole a todas as suas colónias. Outro dos avanços feito pelas companhias foi o grande investimento nos engenhos de açúcar, através da cedência de créditos com 3% de juros.
 
As políticas económicas impostas pelo ministro de D. José I, foram acompanhadas pela criação de um grande conjunto de novas legislações de forma a suportar as novas medidas mercantilistas.


(texto redigido segundo o novo acordo ortográfico)

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

As Treze Colónias Norte-Americanas no século XVIII na condição de Semiperiferia



As treze colónias norte-americanas desde cedo se destacaram das outras colónias inglesas. No ano de 1770 as treze colónias representavam já um quarto das exportações britânicas.
O elevado crescimento demográfico registado nas treze colónias, aliado ao grande aumento de poder de compra dos colonos permitiu um desenvolvimento da indústria de forma anormal, para uma colónia. Sendo este bloqueado em parte devido ao sistema de exclusivo, no qual a colónia deveria apenas efetuar trocas comerciais com a metrópole. Este aumento de poder de compra e aumento demográfico foram dois grandes fatores que permitiram o escoamento de produtos industriais para esta região.

Na segunda metade do século XVIII, e ainda antes da independência, as treze colónias passaram a fazer trocas comerciais diretamente com as Antilhas, contrariando assim o exclusivo colonial imposto pelos britânicos.

Este comércio com as Antilhas, aliado ao aumento populacional e ainda ao crescente poder de compra permitiram às treze colónias desenvolver a sua indústria, e assim tornarem-se como semiperiferia económica, equiparando-a à Europa, com exceção da Grã-Bretanha, que era o centro da economia mundo, substituindo a hegemonia holandesa do século XVII.


(texto escrito segundo novo acordo ortográfio)

Londres como centro mundial no século XVIII


A cidade de Londres sucedeu no século XVIII a cidade de Amesterdão no controlo das rotas comerciais. A cidade de Londres ocupou o lugar de centro da economia mundo. A cidade só obteve este estatuto devido a uma série de fatores de extrema importância, tais como a criação de um mercado interno forte, com poder de compra, criando assim uma alavanca de iniciação ao desenvolvimento industrial e ao desenvolvimento agrícola.
A cidade de Londres detinha um monopólio quase total de todas as importações e exportações de produtos ingleses, criando na cidade uma grande afluência de culturas, bens e principalmente capitais, para criar esta centralização de Londres foi necessário abolir as alfândegas deixando de se cobrar impostos entre as várias regiões da Inglaterra, Escócia e País de Gales.

A Grã-Bretanha possuía ainda um grande império colonial, que se estendia desde do Oriente (Índia e uma reduzida parte da costa Australiana) até à América onde tinha as treze colonias americanas e ainda a zona do Quebeque (ganha pela Grã-Bretanha à França durante a guerra dos sete anos).

Os fatores políticos foram de imensa importância, Londres foi o centro político de toda a Grã-Bretanha. Tanto o parlamento como a coroa se fixaram nesta cidade criando um centro político que durante dois séculos controlará a política mundial. Também as grandes empresas e companhias marítimas vão ter a sua sede na cidade de Londres.

Os fatores económicos que permitiram a centralização de Londres e da Grã-Bretanha como centro do Mundo são múltiplos, dos quais se destacam a afluência de grandes quantidades de matérias-primas, a existência de uma nobreza e de uma burguesia dinâmicas e investidoras permitindo a criação de indústrias, de grandes companhias comerciais e ainda de grandes propriedades agrícolas. A Grã-Bretanha garantiu ainda neste século o monopólio de escravos devido à guerra da sucessão em Espanha.

Os fatores financeiros tiveram uma extrema importância no dinamismo da metrópole de Londres. A estabilização da libra esterlina (moeda inglesa) e valorização do ouro, permitiram aos ingleses prosperar a nível financeiro. A estabilização da libra esterlina permitiu a confiança nos circuitos de crédito, uma vez que assim, os contratos eram válidos e ficavam sempre assegurados. A Inglaterra teve neste século acesso a grandes quantidades de ouro, não só através do Tratado de Methuen, que permitia à Grã-Bretanha receber em ouro os pagamentos efetuados pelos portugueses através da compra de produtos e ainda devido à desvalorização da prata.

O sistema financeiro tinha como centro o Banco da Inglaterra, fundado no ano de 1694, tinha três grandes tipos de operações:
1.      Emissão de Notas – o Banco era aquele que emitia o dinheiro usado nas transações comerciais.

2.      Aceitação de depósitos, operações de transferência e de desconto de letras de câmbio.

3.      Concessão de empréstimos ao Estado e as companhias de comércio.
Ao contrário do Banco de Amesterdão o Banco de Inglaterra vai ter mais funções a nível financeiro, não sendo apenas destinado a conceder empréstimos às grandes companhias de navegação e a grandes burgueses para estes investirem os seus capitais no comércio e nas manufaturas.

Para além do Banco de Inglaterra, nas últimas décadas do século XVIII, vai-se verificar o surgimento de bastantes bancos privados com o intuito de conceder crédito também a privadas permitindo assim o surgimento da revolução industrial. Estes bancos vão ser ainda importantes para a estabilidade a nível financeiro e a nível económico.

Todos este fatores, tanto a nível político, como económico, social e financeiro, vão permitir à cidade de Londres e à Grã-Bretanha garantir a sua hegemonia durante dois séculos.

(texto redigido segundo o novo acordo ortográfico)

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O Reinado de D. Henrique


Portugal vivia uma situação delicada após a morte de D. Sebastião na trágica derrota em Alcácer Quibir. O último filho varão da casa de Avis vivo era D. Henrique. Este novo herdeiro foi aclamado rei a 28 de Agosto de 1578, com uma idade já avançada de 66 anos.

A conjuntura portuguesa era bastante precária uma vez que a coroa se encontrava endividada devido às expedições portuguesas na costa marroquina, a nobreza encontrava-se em sérias dificuldades devido às perdas no Norte de África e o espírito da população, de forma colectiva, estava abalado e temia algumas profecias que começavam a tomar lugar no seio da população mais humilde. Para combater este espírito D. Henrique ordenou a procissões, onde se mostrava por diversas vezes para tranquilizar os cidadãos. Logo após a tomada de posse D. Henrique procedeu a uma remodelação administrativa substituindo todos os conselheiros e os maus servidores por membros seus favoráveis.

Outras das situações mais graves de serem resolvidas, prendia-se com o facto de centenas de portugueses se encontrarem cativos em prisões no Norte de África. Para resolver este problema foram enviados embaixadores e frades para discutir as opções de resgate dos nobres portugueses. Ao longo dos restantes 18 meses a maioria dos fidalgos foi regressando a Portugal. Os portugueses mais pobres, foram sendo resgatados através da venda das joias da coroa e de alguns bispos.

D. Henrique ainda tentou pedir dispensa das ordens sacerdotais ao Papa Gregório XIII. O Papa não aceitou a dispensa das ordens sacerdotais, uma vez que fazia parte da família dos reis de Espanha, principais interessados na coroa portuguesa.

D. Henrique não tinha herdeiros, e recusou reconhecer a legitimidade a D. António. Morreu no ano de 1580 a 31 de Janeiro durante as cortes de Almeirim, deixando um grave problema de sucessão.
 

terça-feira, 8 de maio de 2012

Os Antecedentes e a Batalha de Aljubarrota


A batalha de Aljubarrota faz parte do fim do interregno que assolou Portugal no final do século XIV. O rei Juan I de Castela queria Portugal como sua província, todavia, e apesar de ter o apoio da maioria da nobreza lusitana o Clero e o Terceiro Estado não estavam de acordo com esta situação e mostravam-se preparados para defender a sua nação do inimigo castelhano.
A crise iniciou-se no ano de 1383 após a morte de D. Fernando. A situação era crítica uma vez que não existia filho varão e o único descendente era d. Beatriz, casada com D. Juan I de Castela. Segundo o Testamento deixado D. Leonor de Teles deveria reger o reino até D. Beatriz ter um filho varão e este seria o futuro rei de Portugal. Desde cedo que o testamento não foi cumprido. O rei de Castela ambiciona Portugal e exige à Rainha que aclame D. Beatriz como rainha de Portugal. A alta nobreza portuguesa e os alcaides das cidades reconhecem D. Beatriz como rainha, contudo o povo das cidades e vilas exige que D. João filho de D. Inês e D. Pedro seja rei de Portugal, para evitar mais um inimigo o rei de Castela manda prender D. João filho de Inês e Pedro. A situação permanece bastante instável pois na corte o grupo que apoia Castela começa a rodear a rainha e a influenciá-la. Um dos homens com maior poder de influencia é João Fernandes Andeiro. Tinham já existido inúmeras tentativas de assassinato, todavia todas tinham falhado, tornando-se mais difícil matar o conde Andeiro. Durante o início do interregno procurou-se convencer o Mestre a liderar uma tentativa de assassinato ao conde. No princípio o Mestre hesitou, pois estava com receio das consequências. O Mestre procurou vários apoios, dentro da nobreza, como do oficialato. Conseguiu importantes apoios, entre eles destacou-se o antigo chanceler de D. Pedro e de D. Fernando. No dia 6 de dezembro de 1383 o conde Andeiro é morto pelo Mestre e por Rui Pereira. O povo foi mobilizado, uma vez que fizeram crer que o Mestre estava a ser atacado por opositores no Paço Real.
Os dias que se seguiram foram tumultuosos, os partidários do mestre tentaram um acordo com a rainha, mas este não foi possível. O povo pedia um líder e o mestre reuniu toda a população em São Domingos e aceitou ser regedor e defensor do reino. No dia seguinte realizou-se uma reunião na qual os líderes da cidade de Lisboa reconheceram o mestre.
Durante o ano que se seguiu o mestre enfrentou inúmeras batalhas e cercos. A capital do reino esteve cercada durante algum tempo contudo os castelhanos acabaram por desistir devido ao surto de peste que afectou o exército castelhano. O exército castelhano acabou por abandonar Portugal.
No ano de 1385 reúne-se as cortes de Coimbra com o objectivo inicial de arranjar fundos para a guerra. Rapidamente colocou-se o problema de ser necessário um rei para liderar o reino e comandar os destinos da Guerra.  Existiam três pretendentes ao trono. Os filhos de D. Pedro e D. Inês, o rei de Castela e ainda o regedor e defensor do reino D. João.
Perante estas três situações o doutor João das Regras tinha de actuar. Para João das Regras a hipótese mais  viável e correcta para o reino era o Mestre de Avis. Para explicar tal opinião João das Regras apresentou duas ideias fundamentais.
Para este doutor apenas o mestre era a escolha indicada para subir ao trono, uma vez que os infantes não eram filhos legítimos do rei D. Pedro pois este nunca casara com D. Inês. D. Beatriz não era também a mais indicada uma vez que estava casada com o rei inimigo, o mesmo rei que invadira Portugal e não cumprira o Tratado de Salvaterra de Magos.
Após um mês de intensa discussão entre os partidários dos infantes filhos de Inês e os aliados do mestre convocaram-se eleições nas cortes como forma de decidir o futuro rei. O mestre foi aclamado rei em Abril de 1385, passando a ser D. João I. Durante estas cortes decidiu-se também que os concelhos contribuiriam com 400 000 libras para a guerra todavia os concelhos reivindicaram mais direitos que na sua maioria foram aceites pelo novo rei.
Após um difícil batalha jurídica o rei e Nuno Álvares Pereira concentraram-se em derrotar os seus adversários. Inicialmente o rei enviou o condestável para o Douro e para o Minho onde conquistou vários castelos, como Viana ou Neiva.
Também o rei partiu para norte após cercar e conquistar o castelo de Coimbra. No norte do país o rei conquistou Braga e Guimarães. Em Lisboa as movimentações de tropas eram cada mais frequentes. Por um lado os Ingleses desembarcavam arqueiros experientes, por outro lado os castelhanos cercavam por via marítima a cidade e abasteciam as comarcas que apoiavam o rei de Castela.
Os castelhanos invadiram Portugal pelo Alentejo, na zona de Elvas e pelas beiras.
Após algumas semanas os dois exércitos confrontam-se. Os Castelhanos contavam com o apoio de franceses e do papado de Avinhão. Os portugueses contavam com o apoio da Inglaterra, grande aliada portuguesa e inimiga da França e contavam com o apoio do papado de Roma.
O exército português contava com cerca de 6 000 a 10 000 soldados entre peões, cavaleiros, auxiliares, arqueiros e besteiros. Segundo os estudos mais recentes os castelhanos contavam com cerca de 20 000 a 30 000 soldados tendo uma poderosa linha de cavalaria, bastante temida entre as fileiras portuguesas. Desde cedo, ainda antes da batalha começar, os generais portugueses tentaram diminuir a vantagem castelhana. O exército português colocou-se num terreno relativamente plano, de onde a artilharia castelhana não pudesse tirar proveito. A colocação do exército castelhano ficou prejudicada pois ficaram contra o sol, reduzindo a sua capacidade de visão, o reduzido comprimento do campo de batalha impediu os castelhanos de criar um linha de ataque vasta obrigando-os a comprimir o seu exército. A tática usada pelos portugueses, foi uma inovação a nível militar pois as táticas medievais, baseavam-se na colocação dos soldados em linhas e num confronto entre duas grandes linhas. Na batalha de Aljubarrota os portugueses e os ingleses criaram uma tática, na qual os arqueiros estavam nas alas e recuavam para cobrir os flancos assim que os inimigos se confrontassem corpo a corpo com os soldados de infantaria. Quando a batalha se iniciou os exército português encontrava-se protegido por armadilhas colocadas estrategicamente no campo de batalha, como estacas afiadas ou buracos cobertos de folhagem de forma a destruir as cargas de cavalaria.
No início da batalha os soldados castelhanos avançaram numa só frente contra as defesas luso-britânicas. Os soldados portugueses preparam-se para o confronto. Os arqueiros bombardearam as linhas castelhanas tendo causado baixas, a cavalaria ficou bloqueada nas armadilhas e grande parte acabou por abandonar o campo de batalha ou acabou morta. Quando a restante linha de ataque colidiu com a linha defensiva a diferença já não era tão substancial, a artilharia recuou para cobrir os flancos e a retaguarda avançou para apoiar a vanguarda que começava a ceder. Uma das alas portuguesas foi proteger os mantimentos portugueses, a outra avançou para atacar os soldados de retaguarda e aqueles que começavam a retirar. Ao fim de uma hora de batalha os soldados castelhanos foram obrigados a retirar. O rei teve de abandonar Portugal e viu-se confrontado com a situação oposta, os portugueses estavam a preparar-se para invadir Castela. As baixas castelhanas foram elevadíssimas, contudo a maioria dos soldados morreu devido à retirada mal planeada. Muitos soldados castelhanos foram mortos pelas populações portuguesas que sentiam raiva e ódio dos invasores. Existem três grandes causas para a derrota dos castelhanos nesta batalha, que parecia perdida. A primeira razão deve-se ao facto dos castelhanos estarem a invadir um território que lutava pela independência, pelo que os portugueses encontravam-se mais motivados para a batalha, outra das razões prende-se com o facto de parte do exército e até mesmo o rei estarem doentes ou debilitados, com batalhas anteriores, como o cerco de Lisboa e por último e a mais importante deve-se ao facto dos portugueses terem utilizado uma nova tática militar, terem colocado armadilhas e terem escolhido o terreno e o posicionamento dos exércitos.
Esta não foi a última confrontação entre portugueses e castelhanos durante o interregno, todavia foi esta a decisiva batalha que desmotivou o exército castelhano e o incapacitou. De lutar pela conquista do reino de Portugal.
A vitória de Aljubarrota possibilitou, aos portugueses terem uma verdadeira independência de Castela e colocou Portugal numa posição ideal para iniciar os descobrimentos e iniciar a época de ouro da história nacional.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Anos Pré Segunda Guerra Mundial


Nos primeiros anos da década dos anos vinte, os partidos fascistas começaram a ser criados por todo o Mundo, com especial incidência, nos países da Europa. A ideologia fascista defendia a criação de um estado forte, dependente apenas de si não dos outros para subsistência. Outra das grandes ideias defendidas pelos partidos de extrema direita era o combate ao comunismo e a maior intervenção na economia com a aplicação de medidas como a proibição da greve e das manifestações e a criação de cooperativas. O primeiro país a ser governado por um regime fascista foi a Itália. No mês de outubro do ano de 1922 Mussolini marchou sobre Roma, com o objectivo claro de tomar o poder, fez-se acompanhar por três colunas militares e muitos apoiantes civis que se mostraram de acordo com as ideias deste líder. No ano de 1924 Mussolini obtêm uma maioria de 65% no senado italiano, todavia esta maioria apenas foi obtida através da pressão e da violência exercida sobre a população. Mussolini contava com o apoio das milícias armadas e da enorme propaganda, muito praticada por estes partidos políticos. Um ano antes já Hitler tentara implementar este regime político na Baviera, contudo falhou e foi preso. Durante os anos em que esteve preso, escreveu o Mein Kampf um livro segundo o qual todos os nazis deveriam reger os seus princípios. A partir dos anos de 1929 a popularidade destes regimes aumentou devido à grande crise económica existente em todo o Mundo. Na Inglaterra o partido fascista ganhava cada vez mais popularidade. Na Alemanha e por toda e Europa a miséria e o desemprego aumentavam de forma drástica, sem que contudo os governos democráticos conseguissem resolver os problemas sociais que afectavam a população. A partir do ano de 1933 a situação começa a melhorar na Alemanha e nos Estados Unidos da América. Estes dois países sofreram realidades totalmente diferentes. Na Alemanha Hitler subiu ao poder através da propaganda e da repressão da população Hitler não ganhou as eleições na Alemanha, contudo foi o único que se disponibilizou, no ano seguinte tornou-se também presidente da Alemanha juntando os dois grandes cargos governamentais da Alemanha. Nos E.U.A. o presidente Roosevelt sobe ao poder através de uma eleição democrática. Imediatamente após a eleição este novo presidente colocou em prática um novo plano económico com novas medidas, como a maior intervenção do estado na economia, e a criação de grandes obras públicas, para dinamizar a economia. A partir do ano de 1933 a Alemanha começou a recuperar económica e financeiramente. Também a Inglaterra e a frança tinham já alguma recuperação tendo, a Inglaterra voltado aos seus valores de produção elevados. Na França o regime uniu-se na União de Esquerda e voltou-se mais para a acção social, tendo garantido um subsídio de férias à maioria dos franceses.
No ano de 1936 a Alemanha nazi estava já recuperada da grande crise, preparava agora a nova fase do terceiro Reich. O Tratado de Versalhes era considerado uma vergonha para Alemanha, pois impedia a Alemanha de ter um exército superior a 100 000 homens, de poder ter aviação, marinha ou artilharia pesada. Outra das condições era o pagamento de multas aos países vencedores e uma das maiores humilhações era o facto da Alemanha ter perdido a Alsácia-Lorena e a região do Ruhr para a França.
No ano de 1936 a wehrmacht ocupou a zona desmilitarizada da Renânia e iniciou uma corrida feroz aos armamentos, em especial, da artilharia e de forças navais e aéreas.
A Itália, a Alemanha e o Japão, império que desde o início da década de trinta se expandia para a China e para o Pacífico, celebraram tratados de aliança criando o “Eixo”.
No ano de 1938 a Alemanha era já uma das maiores potências militares do mundo tendo anexado a Áustria de forma pacífica. A cidade de Viena possuía o dobro das reservas de ouro e divisas em comparação com a cidade de Berlim. A anexação da Áustria permitiu aos nazis um aumento da produção, das reservas energéticas e das matérias-primas algo bastante importante para os planos de Hitler. Neste mesmo ano Hitler alertou os seus generais para que a partir do mês de Outubro estivessem prontos para a dissolução da Checoslováquia. No dia 15 de Setembro reuniram-se os primeiros-ministros da França e da Inglaterra juntamente com Hitler para discutir a questão checa. Os três líderes concordaram em ceder a região dos sudetas (região com maioria da população germânica) ao Reich, em contrapartida Hitler comprometia-se a não avançar sobre mais nenhuma região na Europa.
Esta promessa não foi cumprida, passadas apenas três semanas a restante Checoslováquia foi invadida, esta invasão permitiu ao III Reich a ocupação de uma lucrativa indústria bélica e de alimentos, permitiu ainda aos alemães ocuparem-se de material bélico ligeiro e pesado e permitiu a abertura de uma porta para a invasão da Polónia. Devido a vários factores económicos e militares a polónia foi invadida no dia 1 de Setembro de 1939. Começou assim a maior e mais sangrenta guerra da Humanidade.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

A Sociedade de Ordens em Portugal


Até à revolução liberal no ano de 1820 o regime político e social português baseava-se na sociedade de ordens.
Tal como em França e em Espanha, a sociedade estava dividida em classes. O rei, figura máxima da época, controlava os três poderes (legislativo, executivo e judicial). As classes sociais dividiam-se entre o clero, a nobreza e o terceiro estado. A sociedade encontrava-se bastante hierarquizada, tendo cada estado os respectivos privilégios. A partir do ano de 1739, o título de «Excelência» passava a estar reservado aos grandes senhores e aos altos prelados; o de «Senhoria» era atribuído aos bispos, cónegos, aos viscondes e aos barões ou então aos fidalgos da câmara real, o de «Vossa Mercê» era atribuído a todos os nobres e clérigos abaixo deles.
Em todas as sociedades do Antigo Regime um indivíduo nunca estava isolado, pertencendo sempre a uma classe social.

quinta-feira, 1 de março de 2012

A Fundação e Ascensão dos Fascismo Italiano


Após o fim da primeira guerra mundial, as democracias ocidentais enfrentaram inúmeros problemas sociais, económicos e políticos.
A guerra trouxe o surgimento das democracias, e dos novos estados europeus, não obstante trouxe ainda graves consequências económicas. Os países europeus enfrentavam elevadas taxas de desemprego e ainda a degradação da qualidade de vida da população. Este descontentamento social deu origem as consequências sociais, como as manifestações, ocupações de fábricas e extensas greves por parte das classes operárias. A crise de 1929, ocorrida inicialmente na América, veio agravar ainda mais as condições de vida da população europeia. O comunismo tinha conseguido ocupar o poder no antigo império russo, e luta agora para a ocupação dos outros países. Assustados com as consequências de um governo comunista as classes mais altas viram-se obrigadas a apoiar os partidos antidemocráticos de extrema-direita.
O primeiro estado europeu a tornar-se num regime ditatorial de extrema-direita, foi a Itália. O regime ditatorial assentava-se em importantes princípios ideológicos, como a criação de um estado forte e disciplinado, no qual todos os indivíduos deviam submeter-se, este mesmo estado era comandado por apenas um indivíduo. Outro dos princípios era a existência de um único partido, de onde eram escolhidos os dirigentes políticos. A criação de corporações profissionais comandadas pelo estado, e com a intenção de controlar os preços e os salários eram também um princípio dos estados fascistas. Contudo estes estados defendiam ainda o nacionalismo e o imperialismo, tendo a Nação como valor principal, sendo os estados fascistas superiores às outras nações. O aumento de território, para que nenhum estado fascista dependesse de outro era um princípio de extrema importância.
A Itália foi um dos países europeus que mais sofreu com as consequências da guerra e da crise americana. Os governos liberais não conseguiam manter a paz, sendo as manifestações, greves, confrontos sociais e ocupações de fábricas e explorações agrícolas algo muito comum na Itália. No ano de 1919 Benito Mussolini criou o partido fascista italiano. Este novo partido tinha os objectivos de colocar a população num nível de vida superior e tinha ainda outros objectivos como a criação de emprego, a eliminação dos sindicatos, dos partidos democráticos e do partido comunista. A adesão a este novo movimento, crescia de dia para dia. Passados apenas dois anos anos o partido fascista italiano tinha já 35 dos 520 no Parlamento. Em Outubro de 1922 Mussolini, marchou sobre Roma acompanhado por milhares de apoiantes. O rei italiano temendo uma guerra civil colocou Mussolini no poder. No ano de 1924, e após novas eleições, Mussolini ganha 65% dos lugares no parlamento, muito devido às perseguições e ao medo infligido pelas suas milícias e pela intensa propaganda nas rádios e nos jornais. A partir deste ano a Itália passa a ser o primeiro estado fascista da Europa, sendo o estado a controlar a economia através das corporações, e passa a controlar a educação através da Juventude Fascista.