sexta-feira, 26 de julho de 2013

Revolta da Maria da Fonte


Na primavera de 1846, eclodiu na região do Minho e do Porto uma revolta popular. A população rural encontrava-se extremamente descontente devido à elevada miséria vivida nas áreas agrícolas. Sendo incentivada pela Igreja e apoiada por milícias e facões opositoras ao regime Cabralista as populações revoltaram-se nesta região criando regências locais, totalmente independentes do poder central. Nas zonas urbanas (Porto) as facões adversárias aproveitaram esta revolta para combater as políticas e reformas levadas a cabo por Costa Cabral. As principais causas, responsáveis pela eclosão da revolta foram:

  • Extrema miséria vivida nas áreas rurais.
  • Forte contestação das reformas ligadas à Igreja – criação de cemitérios um pouco afastados das localidades. Foi uma medida bastante contestada pelas populações, uma vez que até então, os falecidos eram enterrados na Igreja, ou no Adro (locais sagrados).
  • Requisição dos habitantes das localidades durante um determinado período de tempo, para estes trabalharem para o Estado, na construção de uma rede de estradas (infraestrutura essencial ao desenvolvimento industrial do país).
  • Reforma na legislação relativa às propriedades e ao direito às propriedades. Causou grande contestação, pois foi mal interpretada pelos poucos que sabiam ler e escrever.
A revolta da Maria da Fonte durou, contudo, apenas um mês tendo sido vencida pelas forças leais ao regime Cabralista. Foi a primeira grande revolta desde o ano de 1836 – data da introdução do setembrismo. Conduziu ao exílio de Costa Cabral para Espanha colocando no poder um governo liderado pelo Duque da Terceira, o Duque de Palmela e o Marquês de Saldanha.

Este novo governo teve, no entanto, uma curta duração sendo afastado a 6 de Outubro de 1846, devido ao golpe de Estado encabeçado pelo Marquês de Saldanha. Este saiu vitorioso e ficando assim a chefiar o novo governo.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

São Clemente Romano

Bispo de Roma durante os últimos anos do século I, São Clemente foi o terceiro sucessor de São Pedro, depois de Lino e Anacleto.

Pouco se sabe sobre os primeiros bispos de Roma, as informações e textos da época são escassos e em determinados casos, praticamente inexistente. Sobre Clemente a nossa melhor fonte é de Santo Ireneu, bispo de Leon até 202. Temos ainda textos do século IV e VI que falam sobre Clemente considerando-o, alguns, um mártir.

A Clemente é reconhecido um elevado prestígio e autoridade, todavia a única obra reconhecida de São Clemente é a "Carta aos Coríntios", as restantes obras ainda não foram confirmadas como textos de São Clemente. Esta carta é, segundo Eusébio de Cesareia, a grande «arquivista» dos primeiros textos sobre as origens cristãs. Segundo Eusébio, a carta é «da Igreja de Roma, à Igreja de Coríntio» (Hist. Eccl. 3,16). Esta obra, bastante importante, tem um «carácter quase canónico».

Nesta carta o bispo de Roma lamentava as perseguições as perseguições do Imperador Domiziano, ou seja, podemos datar a carta no ano de 96, após a morte e consequente fim das perseguições do mesmo.

A Igreja de Coríntio havia solicitado a intervenção de Clemente após o afastamento dos presbíteros daquela comunidade, devido a uma contestação levada a cabo por jovens contestadores. São Ireneu refere que esta carta foi uma mensagem da Igreja de Roma à Igreja de Coríntio para «reconciliar a paz, renovar a sua fé e anunciar a tradição que há pouco tempo tinha recebido dos Apóstolos» (Adv. haer. 3,3,3). Esta carta de Clemente retoma termos abordados por São Paulo nas suas duas cartas aos coríntios.

A sua carta proporcionou ao bispo de Roma a possibilidade de uma ampla intervenção sobre a Igreja e a sua missão e identidade. Clemente considera que os problemas ocorridos em Coríntio se deviam à falta de prática das duas virtudes cristãs (humildade e amor fraterno). São Clemente reforça, então, os deveres e funções dos leigos e dos sacerdotes distinguindo-os. É nesta carta que aparece pela primeira vez a palavra leigos, em grego laikós (o grego era a língua em que a carta se encontrava escrita), que significa "membro do povo de Deus".

São Clemente considerava que a Igreja era reunida através do «único Espírito de graça derramado sobre nós». Além disso, Clemente aborda, na carta, o tema da hierarquia da Igreja definindo-a e estabelecendo-a. Separa esta mesma hierarquia da comunidade de «leigos», estas duas deviam manter uma ligação. Ambos os dois «organismos» deviam exercer os seus ministérios «segundo a vocação recebida». São Clemente explicitou e aprofundou a doutrina da sucessão, considerava que «o Pai enviou Jesus Cristo, o qual por Sua vez enviou os Apóstolos. Depois, eles enviaram os primeiros chefes das comunidades e estabeleceram que lhe sucedessem outros homens dignos». Clemente esclarece, assim, que a estrutura da Igreja não é política, mas sim sacramental. Defende ainda que a Igreja não é dos Homens, mas sim, de Deus. O bispo de Roma agradeceu a Deus pela Sua providência de amor que, criou, santificou e salvou o Mundo. O bispo defendia que, tal como Cristo na Cruz, os cristãos deviam rezar pelos seus perseguidores, mesmo que estes os perseguissem. Defendia esta atitude, tendo como base de argumentação a ordem cristológica. Clemente reconheceu, ainda, na sua oração a legitimidade das autoridades políticas segundo a ordem estabelecida por Deus. Considerava que Deus era a outra soberania para além de César, não sendo a essência desta soberania, terrestre, mas sim «lá de cima».

Podemos assim concluir que a carta do bispo de Roma enviada à Igreja de Coríntio abordou inúmeros temas. Muitos destes temas são intemporais, sendo ainda hoje representativos da «solicitude da Igreja de Roma» que «preside na caridade a todas as outras Igrejas».


Texto baseado no livro - Padres e Doutores da Igreja, de Bento XVI

segunda-feira, 3 de junho de 2013

O Domínio da Europa sobre o Mundo - Imperialismo


A Europa assistiu a um período de paz, durante o último quartel do século XIX até ao início da Primeira Guerra Mundial. Durante este período a Europa marcou o Mundo devido ao seu apogeu económico, cultural e político. Este domínio é muitas vezes designado como imperialismo.
O imperialismo europeu foi exercido de três distintas formas:
  • Imperialismo Económico - devido à superioridade técnica e económica da Europa, muitos estados e regiões (África e Ásia) foram dominados pelas principais economias europeias. Estas controlaram os mercados e as produções destes estados. Todas as empresas e companhias comerciais que operavam nestas regiões pertenciam aos europeus. Contudo este imperialismo não controlava o poder político, ainda que o pudesse influenciar.
  • Imperialismo Cultural - devido aos desenvolvimentos científicos e culturais a Europa influenciou as populações locais, tanto da Ásia como de África, o envio de missionários, foi muito comum nesta época. Grandes potências, como o Reino Unido ou a França, influenciaram mental e religiosamente as populações locais dos continentes asiáticos e africanos.
  • Imperialismo Total ou Político - os estados europeus dominavam politicamente as regiões, controlavam-nas a nível económico e político. Muitas regiões passaram mesmo a ser colónias.
O colonialismo foi, no século XIX, uma realidade para a maioria dos países europeus.

No ano de 1883-85 os principais estados europeus reuniram-se na Conferência de Berlim, para dividir, entre si, as diferentes regiões do continente africano. Estes estados necessitavam destas regiões, não só, para consolidar o seu domínio e poder político e territorial, como, aumentar os mercados disponíveis, assim como, para obter uma maior quantidade de matérias-primas essenciais para as indústrias europeias.
Esta conferência consagrou o direito de ocupação efetiva, substituindo o direito de descoberta, como tal países como Portugal ou a Espanha saíram prejudicados a favor de países como o Reino Unido, a Bélgica ou a França, ou até mesmo o recém criado Império Alemão. Este colonialismo conduziu os principais países europeus a conflitos entre si, tanto pelo domínio de territórios, como pelo domínio de mercados.
Este conflitos conduziram a rivalidades entre os estados europeus. Esta rivalidades, aliadas ao aumento do armamento destes países e à criação de duas grandes alianças europeias: Tríplice Aliança (Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Reino da Itália - no ano de 1882) e Cordiale Entente (Reino Unido, França e Império Russo - no ano de 1905).
Este clima de instabilidade e de grande patriotismo conduziu a Europa a um clima de paz armada.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Causas da Independência dos Estados Unidos da América


O primeiro processo de independência de uma colónia, deu-se no século XVIII, com a Guerra da Independência e a Declaração da Independência por parte dos habitantes das Treze Colónias.
As principais causas da independência são, de diferentes tipos:

Financeiros e Económicos:

  • O aumento de impostos aos colonos americanos, como forma de fazer face aos problemas financeiros da Grã-Bretanha resultantes da Guerra dos Sete Anos e da manutenção de grandes exércitos e de uma poderosa marinha militar.
  • O aumento de impostos sobre o melaço, o açúcar e o selo, entre outros.
  • O reforço do exclusivo colonial, aumentando as patrulhas de forma a impedir os colonos de fazer comércio com outros estados europeus (holandeses, espanhóis e franceses) e impedi-los de vender os seus produtos nas Antilhas, sem a aprovação da metrópole.
  • As Treze colónias tinham uma economia bastante produtiva e lucrativa, tendo nas colónias do Norte e do Centro uma forte indústria, uma agricultura rentável assim como um comércio e uma pesca lucrativas. As colónias do sul tinham uma economia mais baseada na agricultura, com grandes produções de cacau e algodão

Políticas e Sociais:

  • As Treze Colónias tinham, cada uma delas, um parlamento local. Tal instituição tinha como objectivo reforçar a autonomia e o espírito empreendedor das colónias.
  • O Parlamento inglês recusou a presença de colonos americanos no Parlamento de Londres pelo que aumentou ainda mais a tensão nas colónias americanas.
  • As ideias iluministas influenciaram a revolução tendo criado nos colonos um espírito de união e de independência.
  • A sociedade das colónias americanas era marcada por uma forte burguesia com espírito empreendedor e com bastante instrução de modo que conheciam as ideias iluministas.

Todas estas causas vão terminar com os confrontos entre soldados ingleses e milícias americanas, tendo como fim a proclamação da independência das Treze Colónias Americanas, criando-se assim os Estados Unidos da América

domingo, 5 de maio de 2013

Crises do Capitalismo


Ao longo de todo o século XIX deu-se uma expansão industrial, económica e financeira, todavia este crescimento económico ocorreu de forma instável registando-se crises ao longo do século.
Ao analisarmos a economia deste século (trent secular), registamos uma evolução positiva, mas se olharmos para a economia em ciclos mais curtos (5, 10 e 50 anos) podemos registar flutuações no crescimento. Ao longo do século geraram-se crises económicas que afetaram as diversas indústrias assim como a qualidade de vida da população.
No século XIX temos pela primeira vez crises cíclicas criadas pelas próprias condições de vida deste século (crises do capitalismo). Temos crises de superprodução, na qual, existe uma produção muito superior à procura:
  • Excesso de produção – a oferta excedia a procura.
  • Acumulação de stocks, conduzindo a uma deflação nos preços pois existia uma grande quantidade de produtos, levando os produtores a baixar o preço para poder escoar os seus produtos.
  • Diminuição das vendas, obrigando as empresas a cortar nas despesas.
  • Aumento do desemprego ou lockout, as empresas despediam parte dos seus trabalhadores ou reduziam os horários pois eram obrigadas a diminuir a produção.
  • Falências – muitas empresas faliam ou eram compradas por grandes grupos que através destas crises fortaleciam o seu poder no mercado.
  • Esta crises foram bastante frequentes o longo do século XIX. Muitos dos grandes grupos empresariais (concentrações verticais) saiam fortalecidos destas crises pois adquiriam indústrias e outras empresas a preços reduzidos tendo um maior controlo do mercado (monopólio).
O século XIX foi também marcado por crises de subsistência (crises ocorridas em economias pré-industriais):
  • Agricultura como setor económico predominante.
  • Escassez de produção, uma vez que, a produção é arcaica e tradicional estando dependente do clima.
  • Dependência do clima conduzindo a maus anos agrícolas.
  • Aumento dos preços dos produtos conduzindo à fome e a um aumento da mortalidade.
  • Aumento dos salários pois os trabalhadores são menos, logo a mão-de-obra é mais reduzido por isso mais cara.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Arranque Industrial de Novas potências

Após o êxito económico e industrial britânico, outros países procuraram seguir o exemplo inglês. A França, a Alemanha e os Estados Unidos procuram industrializar-se, tentando atingir o grau de avanço tecnológico da Grã-Bretanha. Segundo muitos historiadores esta “revolução industrial” divide-se em três etapas diferentes.
  • Primeira – iniciada no final do século XVIII teve início na Grã-Bretanha, posteriormente, abrangeu países como a França, a Bélgica e a Suíça.
  • Segunda – iniciada entre os anos de 1840-1850 foi o início da industrialização dos Estados Unidos da América e da Alemanha (enquanto aliança económica, a Alemanha apenas se unifica politicamente em 1871-1875).~
  • Terceira – iniciada já no fim do século XIX envolve países como Portugal, Espanha, Suécia, Itália, Rússia e Japão.
O processo de industrialização divide-se em três fases de evolução distintas:
  • Take Off – Início do desenvolvimento industrial, aumento demográfico e crescimento agrícola. Existe uma disponibilidade de capitais, assim como mercados capazes de absorver a produção (mercado externo e interno). Dá-se um desenvolvimento nos transportes.
  • Maturidade – Caracteriza-se por um aumento do crescimento, uma renovação técnico-científica. Dão-se avanços no sistema de organização empresarial e na mecanização. Desenvolvem-se novos sectores (sectores de ponta).
  • Consumo de Massas – Os diversos sectores produzem grandes quantidades de bens (muitos dos bens são supérfluos e de luxo). Dinamiza-se o consumo através do crédito e da publicidade.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Hegemonia Britânica


A Inglaterra desenvolveu a sua economia desde finais do século XVIII, pelo que no século XIX, se encontrava como maior potência industrial e comercial do Mundo No ano de 1850, a Grã-Bretanha assegurava metade da produção industrial a nível mundial, era a maior investidora mundial e controlava os principais tráfegos comerciais, detendo o maior império colonial da época.
Esta hegemonia absoluta resulta de um conjunto de factores:
  • Foi o primeiro Estado a criar uma legislação liberal. Esta legislação permitiu a criação de um conjunto de estruturas políticas, económicas e sociais bastante modernas para a época.
  • O seu arranque técnico-científico deu-se precocemente. Criou e aplicou à indústria e aos transportes a máquina a vapor, o tear mecânico, entre outros. Tinha um elevado índice de mecanização e até ao final do século XIX, possuía uma avançada tecnologia.
  • Desenvolveu a sua agricultura bastante cedo o que lhe permitiu dispor dos capitais necessários para poder iniciar e desenvolver a sua indústria.
  • Desde cedo explorou e investiu em sectores de ponta. Inicialmente investiu na indústria têxtil (barato investimento, garantindo lucros), todavia rapidamente investiu nos sectores metalúrgicos e siderúrgicos (produzia a partir do ferro, utilizando o carvão como fonte de energia), apostou ainda na construção naval e já no final do século na indústria química.
  • Obtinha altos níveis de produtividade, através da racionalização e organização do trabalho industrial.
  • Pioneira na revolução dos transportes ocorrida ao longo do século XIX possuía uma grande densidade ferroviária e detinha uma poderosa e numerosa marinha mercante.
  • Devido à sua marinha mercante e às numerosas colónias a Grã-Bretanha controlava os principais circuitos comerciais.
  • Disponha de um modernizado sistema financeiro, tendo sido a primeira a ter associações capitalistas (antes dos EUA). Estas instituições asseguravam os capitais necessários aos empresários. Através destas instituições a Grã-Bretanha garantiu e aumentou os seus investimentos por todo o Globo.
Todos estes factores permitiram à Grã-Bretanha a supremacia económica e financeira (libra como moeda mais poderosa da época) durante todo o século XIX. Esta supremacia apenas começou a ser posta em causa no final do século. Com a I Guerra Mundial a Grã-Bretanha perde a sua hegemonia para os EUA.

Concentração Bancária e Industrial


Linha de Montagem:
A fábrica era o local de produção na época da Revolução Industrial, substituindo a maquinofactura. O seu principal objetivo era produzir o mais possível com o menor custo obtendo assim o maior lucro possível.
Características da Fábrica.
  • Produção em grande escala.
  • Produção diversificada e especializada.
  • Substituição do trabalho manual pelo trabalho mecânico
  • Divisão do trabalho pelos trabalhadores, sendo atribuída a cada um uma pequena tarefa.
A concentração de um grande número de operários conduziu a um aumento da disciplina laboral. Esta introduziu:
  • Horários rígidos.
  • Capatazes para vigiar o ritmo da actividade.
  • Regime de elaboração contínua – a fábrica trabalhava por turnos, não existindo paragens de produção.
Os empresários criaram cadeias de montagem, para rentabilizar o trabalho dos seus operários e obter lucros mais elevados e aumentar as suas produções.
  • Cadeias de Montagem – os operários agrupavam-se em pequenos grupos, correspondendo a cada trabalhador uma pequena tarefa necessária no processo de montagem, passava de imediato ao grupo seguinte que procedia à sua tarefa. Assim até à conclusão o produto. Para evitar paragens os operários trabalhavam ao ritmo das máquinas, ou seja, as peças moviam-se em passadeiras rolantes obrigando os trabalhadores a manter sempre o mesmo ritmo de trabalho, pois não se podiam atrasar.
Nos Estados Unidos da América, desenvolveu-se e melhorou-se o novo método de racionalização do trabalho. O novo método (Taylorismo):
  • Racionalização do trabalho industrial.
  • Mecanização e automatização dos operários.
  • Eliminação dos tempos mortos.
  • Redução do esforço físico e ainda o esforço mental.
Taylor defendia este modelo pois, era bastante mais produtivo. Para garantir motivação dos trabalhadores, os salários deveriam ser aumentados para valores que atraíssem elevados números de operários compensando o desgaste físico e psicológico de cada um.
Durante o final do século XIX e início do século XX, os elevados lucros da Indústria permitiram um aumento dos salários. Com o aumento dos salários os trabalhadores viram o seu poder de compra aumentar, passando a existir uma massificação na aquisição dos bens de consumo nos Estados Unidos da América.
Existem, portanto três grandes fatores de conduziram a uma massificação do consumo:
  • Aumento dos salários dos operários.
  • Redução nos preços dos produtos.
  • Criação do crédito – era possível um indivíduo adquirir um bem e pagá-lo às prestações.

Concentração Industrial:
Ao longo da primeira revolução industrial assiste-se a uma concentração industrial gradual. Esta concentração era caracterizada:
  • Existência de um único patrão.
  • Sociedades familiares, na maioria dos casos.
  • As despesas eram asseguradas pelos patrões através das suas fortunas pessoais.
Com o aumento da procura, aliado ao aumento de mais matérias-primas e um maior número de mercados, muitas empresas foram obrigadas a recorrer a créditos para impedir a falência ou para aumentar ou manter os níveis de produção. Assim nasceram as sociedades por ações, sendo sociedades anónimas.
Contudo o processo industrial não se fez apenas através do alargamento da produção na mesma empresa. Os empresários procuram controlar o mercado e as várias fases (extração, produção e distribuição).
Desenvolve-se dois tipos de modalidades:
  • Concentração Vertical – reúne várias empresas com diferentes produções, mas todas ligadas ao mesmo produto. O Objetivo é controlar as várias fases de produção desde a extração matéria-prima até à distribuição do produto acabado. Esta concentração deu origem a grandes monopólios na indústria têxtil e na siderúrgica.

          Holding – as empresas mantinham uma certa autonomia financeira e produtiva, contudo estavam controladas por uma empresa superior (normalmente eram bancos) que controlava a gestão das restantes empresas.

          Trust – as várias empresas são absorvidas por outra de maior dimensão, existindo apenas uma gestão responsável pela parte financeira e produtiva da empresa de maior dimensão que absorveu as restantes.
  • Concentração Horizontal – associação de empresas de um determinado setor produtivo ou financeiro. As empresas são independentes a nível jurídico, financeiro e com gestão independente entre si. O objetivo era anular a concorrência entre si estabelecendo os preços. Esmagavam as empresas de menor dimensão garantindo os lucros para estas empresas que se organizavam em cartéis.

Revolução Bancária:
Durante o século XIX os bancos privados registaram um elevado crescimento. Surgiram novos bancos.
A Revolução Bancária é caracterizada:
  • Criação dos bancos de investimento.
  • Aumento da circulação da moeda fiduciária.
  • Aumento do número de bancos – conduziu a uma concentração bancária e a uma especialização das operações.