quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Políticas Económicas Pombalinas



Ao longo do reinado de D. José I, o seu ministro de confiança (sebastião José de Carvalho e Melo) pois em prática um conjunto imenso de reformas, tanto a nível económico, como social e até político. As medidas aqui abordadas são apenas aquelas a nível económico e social.
A nível económico, Sebastião de Carvalho e Melo tinha como objectivo restabelecer ao domínio nacional as riquezas das possessões ultramarinas que aportavam a Lisboa. Sebastião de Carvalho e Melo quis por em prática as medidas praticadas noutras partes da Europa como a Grã-Bretanha e a França.
Sebastião José desproviu a alta nobreza de cargos e de poder político, expulsou os jesuítas de Portugal de forma a progredir a nível do ensino e ainda impediu os taberneiros e pequenos produtores de vinho de poderem produzir vinho de pouca qualidade, de forma a criar grandes monopólios vinícolas mantendo assim a qualidade do vinho do Porto. Após estas duras medidas, Sebastião de Carvalho e Melo, assistiu a uma onda de revoltas, motins e até teve de enfrentar uma tentativa de regicídio.

As empresas e as manufaturas foram estimuladas, através de isenções de impostos e até de incentivos fiscais. O Estado fortaleceu a cobrança de impostos, melhorou a eficácia estadual e melhorou o seu exército reforçando a sua posição militar. Sebastião José passou a ser responsável pelas colonias do Brasil. Uma das primeiras companhias a ser criada foi a de Grão-Pará e Maranhão, sendo desde logo controlada pelo gabinete de Sebastião de José de Carvalho e Melo. Mais tarde criou-se a Companhia de Pernambuco responsável apenas pela comercialização pelo grosso. Esta companhia tinha como objectivo estimular a importação de mão-de-obra africana, tendo ainda regulado os preços dos produtos. Criou a Companhia das Reais Pescarias do Reino do Algarve, sendo esta responsável pelo controlo das capturas de atum, corvina e sardinha pelos pescadores do Sul.

No norte e nordeste do Brasil as companhias comerciais tiveram importantes significados nas suas respetivas áreas de influência. Na zona do Pará e do Maranhão os investimentos da coroa e de alguns privados pretenderam aumentar a importação de mão-de-obra de escravos africanos. Através destas companhias a produção de cacau, açúcar e de outros produtos americanos. O arroz foi um novo produto introduzido na zona do Maranhão. Toda a política Pombalina defendeu, tal como o 3º Duque da Ericeira, o investimento nas manufaturas, uma vez que estas permitiam, não só o aumento das exportações, como ainda, a diminuição das importações. Todas as medidas pombalinas, ligadas ao comércio, permitiram a criação de 124 embarcações de grande porte (naus), exclusivamente para o comércio, todo em apenas 10 anos. Estas embarcações permitiram ligar as colonias portuguesas de África, às colonias do Brasil e ainda ligavam a metrópole a todas as suas colónias. Outro dos avanços feito pelas companhias foi o grande investimento nos engenhos de açúcar, através da cedência de créditos com 3% de juros.
 
As políticas económicas impostas pelo ministro de D. José I, foram acompanhadas pela criação de um grande conjunto de novas legislações de forma a suportar as novas medidas mercantilistas.


(texto redigido segundo o novo acordo ortográfico)

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

As Treze Colónias Norte-Americanas no século XVIII na condição de Semiperiferia



As treze colónias norte-americanas desde cedo se destacaram das outras colónias inglesas. No ano de 1770 as treze colónias representavam já um quarto das exportações britânicas.
O elevado crescimento demográfico registado nas treze colónias, aliado ao grande aumento de poder de compra dos colonos permitiu um desenvolvimento da indústria de forma anormal, para uma colónia. Sendo este bloqueado em parte devido ao sistema de exclusivo, no qual a colónia deveria apenas efetuar trocas comerciais com a metrópole. Este aumento de poder de compra e aumento demográfico foram dois grandes fatores que permitiram o escoamento de produtos industriais para esta região.

Na segunda metade do século XVIII, e ainda antes da independência, as treze colónias passaram a fazer trocas comerciais diretamente com as Antilhas, contrariando assim o exclusivo colonial imposto pelos britânicos.

Este comércio com as Antilhas, aliado ao aumento populacional e ainda ao crescente poder de compra permitiram às treze colónias desenvolver a sua indústria, e assim tornarem-se como semiperiferia económica, equiparando-a à Europa, com exceção da Grã-Bretanha, que era o centro da economia mundo, substituindo a hegemonia holandesa do século XVII.


(texto escrito segundo novo acordo ortográfio)

Londres como centro mundial no século XVIII


A cidade de Londres sucedeu no século XVIII a cidade de Amesterdão no controlo das rotas comerciais. A cidade de Londres ocupou o lugar de centro da economia mundo. A cidade só obteve este estatuto devido a uma série de fatores de extrema importância, tais como a criação de um mercado interno forte, com poder de compra, criando assim uma alavanca de iniciação ao desenvolvimento industrial e ao desenvolvimento agrícola.
A cidade de Londres detinha um monopólio quase total de todas as importações e exportações de produtos ingleses, criando na cidade uma grande afluência de culturas, bens e principalmente capitais, para criar esta centralização de Londres foi necessário abolir as alfândegas deixando de se cobrar impostos entre as várias regiões da Inglaterra, Escócia e País de Gales.

A Grã-Bretanha possuía ainda um grande império colonial, que se estendia desde do Oriente (Índia e uma reduzida parte da costa Australiana) até à América onde tinha as treze colonias americanas e ainda a zona do Quebeque (ganha pela Grã-Bretanha à França durante a guerra dos sete anos).

Os fatores políticos foram de imensa importância, Londres foi o centro político de toda a Grã-Bretanha. Tanto o parlamento como a coroa se fixaram nesta cidade criando um centro político que durante dois séculos controlará a política mundial. Também as grandes empresas e companhias marítimas vão ter a sua sede na cidade de Londres.

Os fatores económicos que permitiram a centralização de Londres e da Grã-Bretanha como centro do Mundo são múltiplos, dos quais se destacam a afluência de grandes quantidades de matérias-primas, a existência de uma nobreza e de uma burguesia dinâmicas e investidoras permitindo a criação de indústrias, de grandes companhias comerciais e ainda de grandes propriedades agrícolas. A Grã-Bretanha garantiu ainda neste século o monopólio de escravos devido à guerra da sucessão em Espanha.

Os fatores financeiros tiveram uma extrema importância no dinamismo da metrópole de Londres. A estabilização da libra esterlina (moeda inglesa) e valorização do ouro, permitiram aos ingleses prosperar a nível financeiro. A estabilização da libra esterlina permitiu a confiança nos circuitos de crédito, uma vez que assim, os contratos eram válidos e ficavam sempre assegurados. A Inglaterra teve neste século acesso a grandes quantidades de ouro, não só através do Tratado de Methuen, que permitia à Grã-Bretanha receber em ouro os pagamentos efetuados pelos portugueses através da compra de produtos e ainda devido à desvalorização da prata.

O sistema financeiro tinha como centro o Banco da Inglaterra, fundado no ano de 1694, tinha três grandes tipos de operações:
1.      Emissão de Notas – o Banco era aquele que emitia o dinheiro usado nas transações comerciais.

2.      Aceitação de depósitos, operações de transferência e de desconto de letras de câmbio.

3.      Concessão de empréstimos ao Estado e as companhias de comércio.
Ao contrário do Banco de Amesterdão o Banco de Inglaterra vai ter mais funções a nível financeiro, não sendo apenas destinado a conceder empréstimos às grandes companhias de navegação e a grandes burgueses para estes investirem os seus capitais no comércio e nas manufaturas.

Para além do Banco de Inglaterra, nas últimas décadas do século XVIII, vai-se verificar o surgimento de bastantes bancos privados com o intuito de conceder crédito também a privadas permitindo assim o surgimento da revolução industrial. Estes bancos vão ser ainda importantes para a estabilidade a nível financeiro e a nível económico.

Todos este fatores, tanto a nível político, como económico, social e financeiro, vão permitir à cidade de Londres e à Grã-Bretanha garantir a sua hegemonia durante dois séculos.

(texto redigido segundo o novo acordo ortográfico)