segunda-feira, 6 de maio de 2013

Causas da Independência dos Estados Unidos da América


O primeiro processo de independência de uma colónia, deu-se no século XVIII, com a Guerra da Independência e a Declaração da Independência por parte dos habitantes das Treze Colónias.
As principais causas da independência são, de diferentes tipos:

Financeiros e Económicos:

  • O aumento de impostos aos colonos americanos, como forma de fazer face aos problemas financeiros da Grã-Bretanha resultantes da Guerra dos Sete Anos e da manutenção de grandes exércitos e de uma poderosa marinha militar.
  • O aumento de impostos sobre o melaço, o açúcar e o selo, entre outros.
  • O reforço do exclusivo colonial, aumentando as patrulhas de forma a impedir os colonos de fazer comércio com outros estados europeus (holandeses, espanhóis e franceses) e impedi-los de vender os seus produtos nas Antilhas, sem a aprovação da metrópole.
  • As Treze colónias tinham uma economia bastante produtiva e lucrativa, tendo nas colónias do Norte e do Centro uma forte indústria, uma agricultura rentável assim como um comércio e uma pesca lucrativas. As colónias do sul tinham uma economia mais baseada na agricultura, com grandes produções de cacau e algodão

Políticas e Sociais:

  • As Treze Colónias tinham, cada uma delas, um parlamento local. Tal instituição tinha como objectivo reforçar a autonomia e o espírito empreendedor das colónias.
  • O Parlamento inglês recusou a presença de colonos americanos no Parlamento de Londres pelo que aumentou ainda mais a tensão nas colónias americanas.
  • As ideias iluministas influenciaram a revolução tendo criado nos colonos um espírito de união e de independência.
  • A sociedade das colónias americanas era marcada por uma forte burguesia com espírito empreendedor e com bastante instrução de modo que conheciam as ideias iluministas.

Todas estas causas vão terminar com os confrontos entre soldados ingleses e milícias americanas, tendo como fim a proclamação da independência das Treze Colónias Americanas, criando-se assim os Estados Unidos da América

domingo, 5 de maio de 2013

Crises do Capitalismo


Ao longo de todo o século XIX deu-se uma expansão industrial, económica e financeira, todavia este crescimento económico ocorreu de forma instável registando-se crises ao longo do século.
Ao analisarmos a economia deste século (trent secular), registamos uma evolução positiva, mas se olharmos para a economia em ciclos mais curtos (5, 10 e 50 anos) podemos registar flutuações no crescimento. Ao longo do século geraram-se crises económicas que afetaram as diversas indústrias assim como a qualidade de vida da população.
No século XIX temos pela primeira vez crises cíclicas criadas pelas próprias condições de vida deste século (crises do capitalismo). Temos crises de superprodução, na qual, existe uma produção muito superior à procura:
  • Excesso de produção – a oferta excedia a procura.
  • Acumulação de stocks, conduzindo a uma deflação nos preços pois existia uma grande quantidade de produtos, levando os produtores a baixar o preço para poder escoar os seus produtos.
  • Diminuição das vendas, obrigando as empresas a cortar nas despesas.
  • Aumento do desemprego ou lockout, as empresas despediam parte dos seus trabalhadores ou reduziam os horários pois eram obrigadas a diminuir a produção.
  • Falências – muitas empresas faliam ou eram compradas por grandes grupos que através destas crises fortaleciam o seu poder no mercado.
  • Esta crises foram bastante frequentes o longo do século XIX. Muitos dos grandes grupos empresariais (concentrações verticais) saiam fortalecidos destas crises pois adquiriam indústrias e outras empresas a preços reduzidos tendo um maior controlo do mercado (monopólio).
O século XIX foi também marcado por crises de subsistência (crises ocorridas em economias pré-industriais):
  • Agricultura como setor económico predominante.
  • Escassez de produção, uma vez que, a produção é arcaica e tradicional estando dependente do clima.
  • Dependência do clima conduzindo a maus anos agrícolas.
  • Aumento dos preços dos produtos conduzindo à fome e a um aumento da mortalidade.
  • Aumento dos salários pois os trabalhadores são menos, logo a mão-de-obra é mais reduzido por isso mais cara.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Arranque Industrial de Novas potências

Após o êxito económico e industrial britânico, outros países procuraram seguir o exemplo inglês. A França, a Alemanha e os Estados Unidos procuram industrializar-se, tentando atingir o grau de avanço tecnológico da Grã-Bretanha. Segundo muitos historiadores esta “revolução industrial” divide-se em três etapas diferentes.
  • Primeira – iniciada no final do século XVIII teve início na Grã-Bretanha, posteriormente, abrangeu países como a França, a Bélgica e a Suíça.
  • Segunda – iniciada entre os anos de 1840-1850 foi o início da industrialização dos Estados Unidos da América e da Alemanha (enquanto aliança económica, a Alemanha apenas se unifica politicamente em 1871-1875).~
  • Terceira – iniciada já no fim do século XIX envolve países como Portugal, Espanha, Suécia, Itália, Rússia e Japão.
O processo de industrialização divide-se em três fases de evolução distintas:
  • Take Off – Início do desenvolvimento industrial, aumento demográfico e crescimento agrícola. Existe uma disponibilidade de capitais, assim como mercados capazes de absorver a produção (mercado externo e interno). Dá-se um desenvolvimento nos transportes.
  • Maturidade – Caracteriza-se por um aumento do crescimento, uma renovação técnico-científica. Dão-se avanços no sistema de organização empresarial e na mecanização. Desenvolvem-se novos sectores (sectores de ponta).
  • Consumo de Massas – Os diversos sectores produzem grandes quantidades de bens (muitos dos bens são supérfluos e de luxo). Dinamiza-se o consumo através do crédito e da publicidade.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Hegemonia Britânica


A Inglaterra desenvolveu a sua economia desde finais do século XVIII, pelo que no século XIX, se encontrava como maior potência industrial e comercial do Mundo No ano de 1850, a Grã-Bretanha assegurava metade da produção industrial a nível mundial, era a maior investidora mundial e controlava os principais tráfegos comerciais, detendo o maior império colonial da época.
Esta hegemonia absoluta resulta de um conjunto de factores:
  • Foi o primeiro Estado a criar uma legislação liberal. Esta legislação permitiu a criação de um conjunto de estruturas políticas, económicas e sociais bastante modernas para a época.
  • O seu arranque técnico-científico deu-se precocemente. Criou e aplicou à indústria e aos transportes a máquina a vapor, o tear mecânico, entre outros. Tinha um elevado índice de mecanização e até ao final do século XIX, possuía uma avançada tecnologia.
  • Desenvolveu a sua agricultura bastante cedo o que lhe permitiu dispor dos capitais necessários para poder iniciar e desenvolver a sua indústria.
  • Desde cedo explorou e investiu em sectores de ponta. Inicialmente investiu na indústria têxtil (barato investimento, garantindo lucros), todavia rapidamente investiu nos sectores metalúrgicos e siderúrgicos (produzia a partir do ferro, utilizando o carvão como fonte de energia), apostou ainda na construção naval e já no final do século na indústria química.
  • Obtinha altos níveis de produtividade, através da racionalização e organização do trabalho industrial.
  • Pioneira na revolução dos transportes ocorrida ao longo do século XIX possuía uma grande densidade ferroviária e detinha uma poderosa e numerosa marinha mercante.
  • Devido à sua marinha mercante e às numerosas colónias a Grã-Bretanha controlava os principais circuitos comerciais.
  • Disponha de um modernizado sistema financeiro, tendo sido a primeira a ter associações capitalistas (antes dos EUA). Estas instituições asseguravam os capitais necessários aos empresários. Através destas instituições a Grã-Bretanha garantiu e aumentou os seus investimentos por todo o Globo.
Todos estes factores permitiram à Grã-Bretanha a supremacia económica e financeira (libra como moeda mais poderosa da época) durante todo o século XIX. Esta supremacia apenas começou a ser posta em causa no final do século. Com a I Guerra Mundial a Grã-Bretanha perde a sua hegemonia para os EUA.

Concentração Bancária e Industrial


Linha de Montagem:
A fábrica era o local de produção na época da Revolução Industrial, substituindo a maquinofactura. O seu principal objetivo era produzir o mais possível com o menor custo obtendo assim o maior lucro possível.
Características da Fábrica.
  • Produção em grande escala.
  • Produção diversificada e especializada.
  • Substituição do trabalho manual pelo trabalho mecânico
  • Divisão do trabalho pelos trabalhadores, sendo atribuída a cada um uma pequena tarefa.
A concentração de um grande número de operários conduziu a um aumento da disciplina laboral. Esta introduziu:
  • Horários rígidos.
  • Capatazes para vigiar o ritmo da actividade.
  • Regime de elaboração contínua – a fábrica trabalhava por turnos, não existindo paragens de produção.
Os empresários criaram cadeias de montagem, para rentabilizar o trabalho dos seus operários e obter lucros mais elevados e aumentar as suas produções.
  • Cadeias de Montagem – os operários agrupavam-se em pequenos grupos, correspondendo a cada trabalhador uma pequena tarefa necessária no processo de montagem, passava de imediato ao grupo seguinte que procedia à sua tarefa. Assim até à conclusão o produto. Para evitar paragens os operários trabalhavam ao ritmo das máquinas, ou seja, as peças moviam-se em passadeiras rolantes obrigando os trabalhadores a manter sempre o mesmo ritmo de trabalho, pois não se podiam atrasar.
Nos Estados Unidos da América, desenvolveu-se e melhorou-se o novo método de racionalização do trabalho. O novo método (Taylorismo):
  • Racionalização do trabalho industrial.
  • Mecanização e automatização dos operários.
  • Eliminação dos tempos mortos.
  • Redução do esforço físico e ainda o esforço mental.
Taylor defendia este modelo pois, era bastante mais produtivo. Para garantir motivação dos trabalhadores, os salários deveriam ser aumentados para valores que atraíssem elevados números de operários compensando o desgaste físico e psicológico de cada um.
Durante o final do século XIX e início do século XX, os elevados lucros da Indústria permitiram um aumento dos salários. Com o aumento dos salários os trabalhadores viram o seu poder de compra aumentar, passando a existir uma massificação na aquisição dos bens de consumo nos Estados Unidos da América.
Existem, portanto três grandes fatores de conduziram a uma massificação do consumo:
  • Aumento dos salários dos operários.
  • Redução nos preços dos produtos.
  • Criação do crédito – era possível um indivíduo adquirir um bem e pagá-lo às prestações.

Concentração Industrial:
Ao longo da primeira revolução industrial assiste-se a uma concentração industrial gradual. Esta concentração era caracterizada:
  • Existência de um único patrão.
  • Sociedades familiares, na maioria dos casos.
  • As despesas eram asseguradas pelos patrões através das suas fortunas pessoais.
Com o aumento da procura, aliado ao aumento de mais matérias-primas e um maior número de mercados, muitas empresas foram obrigadas a recorrer a créditos para impedir a falência ou para aumentar ou manter os níveis de produção. Assim nasceram as sociedades por ações, sendo sociedades anónimas.
Contudo o processo industrial não se fez apenas através do alargamento da produção na mesma empresa. Os empresários procuram controlar o mercado e as várias fases (extração, produção e distribuição).
Desenvolve-se dois tipos de modalidades:
  • Concentração Vertical – reúne várias empresas com diferentes produções, mas todas ligadas ao mesmo produto. O Objetivo é controlar as várias fases de produção desde a extração matéria-prima até à distribuição do produto acabado. Esta concentração deu origem a grandes monopólios na indústria têxtil e na siderúrgica.

          Holding – as empresas mantinham uma certa autonomia financeira e produtiva, contudo estavam controladas por uma empresa superior (normalmente eram bancos) que controlava a gestão das restantes empresas.

          Trust – as várias empresas são absorvidas por outra de maior dimensão, existindo apenas uma gestão responsável pela parte financeira e produtiva da empresa de maior dimensão que absorveu as restantes.
  • Concentração Horizontal – associação de empresas de um determinado setor produtivo ou financeiro. As empresas são independentes a nível jurídico, financeiro e com gestão independente entre si. O objetivo era anular a concorrência entre si estabelecendo os preços. Esmagavam as empresas de menor dimensão garantindo os lucros para estas empresas que se organizavam em cartéis.

Revolução Bancária:
Durante o século XIX os bancos privados registaram um elevado crescimento. Surgiram novos bancos.
A Revolução Bancária é caracterizada:
  • Criação dos bancos de investimento.
  • Aumento da circulação da moeda fiduciária.
  • Aumento do número de bancos – conduziu a uma concentração bancária e a uma especialização das operações.